domingo, 27 de março de 2011

Reportagem Veja - 13 de Maio de 2009 - 8ª série

Cultura
Existe alguém mais
narcisista do que eu?



 Psicólogos americanos confirmam: celebridades
se amam mais que as pessoas comuns. Mas esse
culto da própria imagem também é um mal social


REFLEXO DA FAMA
A socialite Paris Hilton: famosos como ela seriam os grandes disseminadores de uma epidemia de narcisismo


O cantor sertanejo Zezé Di Camargo acredita que o mundo seria um lugar melhor sob seu comando. Em matéria de imodéstia, Susana Vieira não fica muito atrás. A atriz acha que tem um talento natural para influenciar as pessoas. Zezé e Susana são artistas consagrados. Mas mesmo gente cujo currículo não vai além da participação no último Big Brother cultiva noções grandiosas da própria importância. Essa constatação confirma o senso comum: celebridades são vaidosas, convencidas. São narcisistas, enfim – e a imagem da socialite americana Paris Hilton mirando-se no espelho, estampada ao lado, remete à origem da palavra: o mito de Narciso, que se apaixonou pela própria imagem. Dois livros recém-lançados nos Estados Unidos debruçam-se sobre essa cultura da autoabsorção, que se revela no comportamento das celebridades, mas também é vista como um mal generalizado – uma doença moderna. Em The Narcissism Epidemic (A Epidemia do Narcisismo), os psicólogos Jean M. Twenge e W. Keith Campbell sustentam que uma compulsão narcisística permeia toda a cultura americana atual. As celebridades seriam as disseminadoras desse vírus. The Mirror Effect (O Efeito do Espelho) é fruto de uma empreitada curiosa: o psicólogo Drew Pinsky (com auxílio do cientista social S. Mark Young) submeteu 200 celebridades a uma sondagem psicológica. Concluiu que elas são 17% mais narcisistas que a média dos americanos (VEJA aplicou o mesmo teste em cinco brasileiros, inclusive Zezé Di Camargo e Susana Vieira, mas num espírito de brincadeira, sem os protocolos clínicos seguidos por Pinsky).
A noção psicológica de narcisismo surgiu no século XIX, com base no personagem da mitologia grega. Na versão de sua história narrada pelo poeta romano Ovídio, Narciso é um jovem belo condenado a admirar seu reflexo nas águas de um lago para sempre. Na teoria psicanalítica desenvolvida por Sigmund Freud, o narcisismo caracteriza uma etapa primitiva no desenvolvimento da criança – o período em que descobre seu corpo e suas vontades. Também se refere a certos traços que todo ser humano apresenta, em maior ou menor grau, na vida adulta. Mais recentemente, psicólogos americanos que não se vinculam à psicanálise freudiana definiram o narcisismo pela conjugação de sete características. (veja o quadro abaixo)

Esses traços não se apresentam de forma necessariamente negativa. Artistas, políticos e esportistas têm o narcisismo em seu DNA. A tese de Pinsky é que não se trata de um subproduto da fama, mas da força primária que leva as pessoas a ansiar pelo reconhecimento público. "Celebridades não se tornam narcisistas. Narcisistas é que se tornam celebridades", diz. Os mesmos mecanismos psicológicos que levam um famoso a se julgar o ser mais notável do universo, porém, também podem derrubá-lo. Quando atinge níveis intoxicantes, o narcisismo torna-se uma doença. Pessoas com o transtorno de personalidade narcisística – doença reconhecida pelo CID-10, catálogo de doenças e distúrbios psicológicos – têm dificuldade em manter relacionamentos e são autodestrutivas. Ao contrário do que frequentemente se imagina, o narcisista não tem um ego hipertrofiado. Ele sofre de inseguranças profundas e precisa do aplauso constante dos que o cercam. Age como um vampiro, que suga a energia alheia. "O sujeito fica dependente e estabelece uma relação parasitária com aqueles que o rodeiam", diz o psicanalista Renato Mezan. O narcisista extremado é incapaz de empatia. "Os outros não existem. Só servem de espelho para ele", diz a psicóloga Denise Gimenez Ramos.
Os autores de The Narcissism Epidemic identificam sinais do transtorno em virtualmente todos os aspectos da vida americana, até mesmo na economia. Os déficits elevados do governo e as dívidas dos cidadãos com a compra de bens muito além de suas posses constituiriam sintomas de delírio de grandeza. A escalada narcísica seria visível, ainda, na explosão no número de cirurgias plásticas. "Há mais narcisistas do que nunca. E os não narcisistas são seduzidos pela ênfase na riqueza material, aparência física, culto às celebridades e carência de atenção", diz o livro. Para cada Britney Spears que alcança o sucesso, ficam pelo caminho centenas de cantoras dispostas a se exibir tanto quanto (ou mais que) a original – ainda que não consigam despertar a atenção dos paparazzi. A fama tornou-se um valor em si. A exposição da intimidade em blogs e sites da internet se tornou imperativa, especialmente para os adolescentes. Ao valorizar o empreendedorismo e a afirmação do indivíduo, a cultura americana produziu conquistas extraordinárias. Mas seu componente narcisista pode ter chegado ao paroxismo. Os autores propõem uma espécie de quarentena ao narcisismo, que incluiria a redução do consumo de revistas e programas de fofocas.
O diagnóstico de The Mirror Effect não é menos sombrio. As celebridades se comportam de forma patológica – e o público retroalimenta esse círculo dando-lhes atenção. O exibicionismo, porém, torna-se perigoso, como mostram tantos escândalos de celebridades. Há, ainda, a vaidade mórbida, comumente expressa na obsessão com o peso. O vício em remédios transformou Lindsay Lohan, a ex-estrela adolescente do cinema hoje mais conhecida pelos escândalos, num fiapo. E Michael Jackson, não satisfeito em se deformar com as plásticas, agora também exibe uma magreza somali (para fazer sua nova turnê na Inglaterra, a recomendação médica é que ele engorde ao menos 10 quilos – mas o cantor insiste em se alimentar como um passarinho).
Pinsky trabalha desde 1991 numa das principais clínicas de reabilitação da Califórnia, comanda um reality show e um programa de aconselhamento amoroso numa rádio. Foi nessas empreitadas que teve acesso às celebridades que se submeteram ao Inventário de Personalidade Narcisística, teste criado no fim dos anos 70 por psicólogos da Universidade da Califórnia em Berkeley. Numa escala que vai de zero a 40, os famosos americanos atingiram uma média de 17,8 pontos, contra 15,3 registrados num estudo com a população americana em 2003. Entre as celebridades, os índices mais altos foram alcançados por ex-participantes de reality shows. Pinsky aventa as razões para isso: "Os produtores buscam pessoas controladoras e antissociais para dar mais dramaticidade a esses programas. E quem se dispõe a participar o faz por um desejo incontrolável de se exibir".
A comparação com o desempenho das celebridades brasileiras – ainda que se trate de uma amostra apenas simbólica – revela nuances curiosas. Dois modos de encarar o narcisismo convivem. Tanto Diego Alemão, vencedor do Big Brother Brasil 7, quanto o humorista Hubert, do Casseta & Planeta, marcaram só 9 pontos – metade da média das celebridades americanas. O filósofo Roberto Romano lembra que as diferentes heranças religiosas dos dois países podem estar na raiz disso. "Na nossa tradição católica, ser exibido é pecado – o sujeito tende a se adaptar à moral vigente e se resignar", diz (o fato de tantos "coitadinhos" vencerem o Big Brother corrobora a tese). "Numa sociedade de formação protestante, o orgulho individual é tolerado." Por outro lado, o narcisismo exacerbado também grassa por aqui. Ele está na política, do presidente Luiz Inácio "nunca antes neste país" Lula da Silva ao ex-governador mineiro Newton Cardoso, que recentemente reclamou que seu patrimônio suspeito foi subestimado no seu rumoroso processo de divórcio. Também aqui há estrelas que se envolvem em barracos, como Luana Piovani. E aquelas que bradam sua paixão desmedida por si mesmas, como Zezé Di Camargo: "Sou narcisista pacas".
A fama subiu à cabeça
Os sete traços que caracterizam as personalidades narcisísticas – e seus sintomas exacerbados nas celebridades, segundo o psicólogo americano Drew Pinsky
Kazuhiro Nogi/AFP
AUTORITARISMO
Intolerante às críticas, a pessoa quer controle total sobre os que a cercam
Manifestações nas celebridades: explosões de arrogância como a do ator Christian Bale, que soltou os cachorros sobre um diretor de fotografia
O diagnóstico de Drew Pinsky: "Paradoxalmente, a atitude mandona desses narcisistas frequentemente diminui suas chances de obter aquilo que querem dos outros"

SUPERIORIDADE
O indivíduo imagina-se extraordinário e mais importante que os demais – atitude que não raro se conjuga a preconceitos raciais ou sexuais
Manifestações nas celebridades: os socos do rapper Chris Brown na namorada Rihanna são um exemplo extremo da superioridade machista
O diagnóstico de Drew Pinsky: "Quando uma pessoa com sentimentos doentios de superioridade tenta impor sua dominância, há o risco de descambar para a agressividade"
Frank Micelotta/Getty Images

Joel Ryan/AP
VAIDADE
Em suas fantasias de sucesso ilimitado, a pessoa preocupa-se exageradamente com o poder, a fama e a beleza
Manifestações nas celebridades: a obsessão com as plásticas – caso de Michael Jackson. E a exibição de outros itens materiais: o empresário Donald Trump processou um biógrafo por ele ter afirmado que sua fortuna era inferior a 1,6 bilhão de dólares
O diagnóstico de Drew Pinsky: "Os narcisistas precisam escorar-se nas aparências para afirmar seu valor"

EXIBICIONISMO
Não basta ser rico e bonito: é preciso expor detalhes íntimos de forma compulsiva
Manifestações nas celebridades: o quarteto Lindsay Lohan, Paris Hilton, Nicole Richie e Britney Spears fornece um compêndio das formas mais patológicas de exposição: flagrantes de nudez, vídeos de sexo "vazados" na internet, abuso de álcool e drogas
O diagnóstico de Drew Pinsky: "Expor-se em comportamentos assim obviamente requer um senso narcisístico de invencibilidade"
Jean Baptiste Lacroix/Getty Images

EXPLORAÇÃO DOS OUTROS
A pessoa vê os outros como serviçais. Oscila entre a supervalorização dos que lhe são úteis e o desprezo por quem não satisfaz suas vontades
Manifestações nas celebridades: Madonna já foi acusada pelo próprio irmão de ter se relacionado com o pai de sua filha Lourdes Maria só para usá-lo como reprodutor
O diagnóstico de Drew Pinsky: "Esses indivíduos preferem manter relacionamentos utilitários, sem se importar com o custo disso para os outros"

Ernesto Ruscio/Getty Images
AUTOSSUFICIÊNCIA
A admiração e a confiança em si mesmo são tão exacerbadas que o indivíduo se fecha em seu mundo
Manifestações nas celebridades: Tom Cruise demitiu sua relações-públicas para administrar a própria imagem — e fez esquisitices como pular no sofá da apresentadora Oprah Winfrey
O diagnóstico de Drew Pinsky: "As pessoas com excesso de autossuficiência têm dificuldade para colaborar e registrar pontos de vista diferentes"
PRETENSÃO A PRIVILÉGIOS
É o famigerado "sabe com que está falando?": a pessoa julga que a beleza e a posição lhe conferem todo tipo de direito
Manifestações nas celebridades: Mariah Carey aterroriza gerentes de hotéis por exigir suítes adornadas em ouro e banhos com água mineral francesa
O diagnóstico de Drew Pinsky: "A ostentação de privilégios é um mecanismo de competição entre as celebridades narcisistas"

Publicidade - 15 MINUTOS DE FAMA - 9º ano (8ª série)

A reportagem de VEJA sobre o narcisismo das celebridades serve de bom ponto de partida para um debate atualíssimo: a busca desenfreada pela fama. A revista cita a célebre frase de Andy Warhol prevendo 15 minutos de fama para todos. O que o pintor americano não previu é o que as pessoas seriam capazes de fazer para chegar a esses 15 minutos e o pior: até onde iriam para não retornar ao anonimato.
A celebridade é um espécime típico do século XX que, no começo do XXI, vem se reproduzindo com espantosa velocidade nos quatro cantos do planeta. O que caracteriza uma celebridade é que ela não depende de algum mérito tradicional para ter alcançado fama e fortuna. Não precisa ser excepcionalmente bela, como uma Luiza Brunet, nem capaz de prodígios intelectuais, como Albert Einstein, que criou a teoria da relatividade, ou físicos, como um Pelé ou um Gustavo Kuerten. A celebridade pode ter eventualmente realizações que deixam lastro, mas não precisa necessariamente delas para se afirmar. Como define o historiador americano Daniel Boorstin, a celebridade é famosa por ser famosa. E ponto final. Quem turbina a indústria das celebridades são os meios de comunicação e entretenimento. Debata com a turma essa questão. 


CELEBRIDADES
O sistema de criação de celebridades alimenta-se do rádio e da imprensa escrita, jornais e revistas, entre outras, tendo recebido um grande impulso com o advento da internet, nos anos 1990. A rede mundial de computadores acabou com os filtros da imprensa tradicional e permitiu que pessoas pudessem se mostrar para o mundo inteiro a partir de sua própria casa, bastando para isso uma webcam, um computador e uma conexão.
O mundo das celebridades como o conhecemos hoje deve muito ao cinema. Até a popularização dos filmes, em meados dos anos 1910 nos Estados Unidos, atores demoravam anos, eventualmente décadas, percorrendo longas distâncias para ganharem reconhecimento público. Com a indústria cinematográfica, um bom filme em poucos meses chegava a um número muito maior de cidades e com a capacidade de catapultar a fama de seus protagonistas. Duas décadas depois, o mundo já fazia fila nos cinemas para ver seus atores favoritos e essa até então inédita legião de fãs chamou a atenção de jornais e revistas, que começaram a abrir espaço em suas publicações para fotos e pequenas notícias dos artistas mais populares.

O QUE SÃO OS TABLÓIDES?
O termo adotado pelos britânicos vem da expressão francesa tablette, que foi aportuguesada como tablete – sinônimo de pequenos pedaços. A ideia original dos tabloides era exatamente a de condensar notícias: muitas notas, em geral curtas e com manchetes enormes. A ideia era causar sensação, o que lhes valeu a alcunha de “sensacionalistas”.
  A partir de meados do século XX, proliferaram nos EUA e na Grã-Bretanha tabloides pornográficos e sangrentos quase completamente ficcionais, com verdade suficiente apenas para fazer as histórias parecerem verossímeis. Mesmo hoje, alguns incluem as histórias mais absurdas inventadas pelos redatores. Se for um evento incrível que aconteceu em alguma parte remota do mundo, ou se as pessoas mencionadas são vagamente identificadas, então a história é provavelmente falsa. Entretanto, esse é o último refúgio para os redatores e editores: eles normalmente tentam embasar as notícias com uma partícula de verdade. A chave para a redação da notícia de um tabloide é algo que não seja necessariamente real para ser impresso - alguém apenas deve dizer que foi verdadeiro. Vale citar como exemplo, no Brasil, o jornal Notícias Populares, que circulou entre 1963 e 2001.
Lembre que o período coincidiu com a chegada da televisão, que aumentou exponencialmente o número de pessoas notáveis. Não só quem fazia TV - atores, repórteres e apresentadores – se tornou popular, mas quem era retratado por ela também – músicos e esportistas, entre outros.
Com a quantidade de celebridades aumentando a todo instante, era natural que a indústria jornalística aproveitasse o filão. O filme La Dolce Vita (1960), do italiano Federico Fellini, mostrou a vida do jornalista Marcello Rubini, representado por Marcello Mastroiani. Bastante indiscreto e sempre atrás de personalidades, ele era acompanhado pelo fotógrafo Signore Paparazzo (Walter Santesso). O sobrenome (e seu plural em italiano, paparazzi), passou a designar aqueles que fotografam pessoas famosas sem autorização, expondo em público as atividades que eles fazem em seu cotidiano.
Fofocas sobre famosos são o carro-chefe dos tabloides e revistas de celebridades. As fontes desse tipo de informação estão em todo o lugar. Cada veículo mantém um exército de informantes, incluindo guarda-costas, cabeleireiros, motoristas particulares e mesmo policiais, que entram em contato toda vez que têm alguma informação. Essas pessoas recebem uma quantia considerável, dependendo da qualidade da notícia e de quem está envolvido. Mas garanta para a garotada: grande parte das informações vem das próprias celebridades, via assessores de imprensa. Algumas estrelas constroem uma relação de trabalho com o periódico, oferecendo notícias particulares em troca de publicidade gratuita. Outras vezes, o tabloide aceita as informações concordando em não publicar notícias escabrosas ou negativas sobre determinada personagem. Também os estúdios e emissoras de TV deixam vazar informação sobre os filmes, capítulos de novela ou sobre os scripts de uma nova temporada de uma série de TV. Tudo pela propaganda.
Criar fatos em torno de si: eis uma regra de ouro para quem pretende conquistar a fama e mantê-la por mais de uma temporada. Para isso, vale namorar alguém famoso (ou fazer de conta que namora). Aparecer o máximo possível na televisão, em desfiles e festas. Mulheres sempre têm o recurso de posar desinibidamente para revistas masculinas.
Mas o que alimenta o interesse pelas celebridades? Os estudiosos acreditam que, num mundo onde as relações familiares estão cada vez mais restritas ao núcleo central, as celebridades viraram uma extensão daquelas grandes famílias de antigamente. São "parentes" com os quais se pode conviver diariamente sem que se tenha de arcar com as consequências que isso acarreta entre pessoas que têm laços na vida real. Com uma vantagem: pode-se trocar de "parentes" quando se está cansado deles - daí a brevidade das celebridades instantâneas. Vamos nos perguntar, sabemos dizer onde anda a Tiazinha ou a Feiticeira, celebridades de primeiro time há menos de 10 anos. Ou o vencedor de algum Big Brother, como Dhomini, da terceira edição, ou Kleber Bambam, da primeira.

sábado, 26 de março de 2011

Romantismo - 9º ano (8ª série)

O Romantismo foi um movimento artístico que se desenvolveu no norte da Europa, durante o final do século XVIII e início do século XIX. A era romântica, de 1800-1850, foi chamada a Idade da Sensibilidade, isto porque se opunha à objetividade racional do neoclássico, ou seja, aos conceitos de arte seguidos pelas academias.
O Romantismo apresentou manifestações tão variadas que é quase impossível defini-lo. Alguns artistas voltaram a usar a composição diagonal, semelhante à do Barroco, e a cor novamente é usada como elemento plástico.
Analisando as concepções gerais desse movimento, uma característica é comum a todos os artistas românticos: eles se afastaram da disciplina intelectual, dando importância à imaginação e à expressão individual.
Assim, para os românticos, o motor da criação era a intuição, a imaginação e o talento. A obra de arte transformava-se na expressão de uma voz interior.
O pintor lança um olhar subjetivo sobre o mundo objetivo e apresenta-nos uma imagem filtrada pelas suas emoções.
As pinturas românticas, com frequência, representam emoções fundamentais, como medo, desolação, vitória e amor. Os temas mais usados foram fatos reais da história nacional e contemporânea dos artistas.
A paisagem deixa de ser plano de fundo para se mostrar como tema principal, e a natureza se torna o modelo principal para muitos artistas.
O movimento romântico foi divulgado, inicialmente, por literatos e filósofos, que enalteceram a força a criativa da imaginação, considerando-a o fundamento da arte.
Byron, Keats, Shelley, Chopin e Schubert são alguns nomes de poetas e compositores românticos.

ARTISTAS

Goya (1746-1828)

Auto-retrato (1783). Óleo sobre tela

Obra Principal


Fuzilamento dos rebeldes de 3 de Maio de 1808 (1814). Óleo sobre tela. 266 x 345 cm. Museu do Prado, Madri.


DELACROIX

Delacroix

Obra Principal


A Liberdade guiando o Povo (1830). Óleo sobre tela, 260 x 325 cm. Museu do Louvre, Paris.

História e Evolução da Publicidade - 9º ano (8ª série)

Tudo começou na Antiguidade Clássica, em Pompéia, ende foram encontrados vestígios de tabuletas a anunciar combates entre gladiadores. Porém, nessa altura, a publicidade era sobretudo oral, feita através dos pregoeiros, que apenas gabavam as virtudes ao produto (escravos, gado, etc.) Tal atividade manteve-se, assim, até à Idade Média.
No século XV surgiram os primeiros panfletos e cartazes. O primeiro cartaz foi impreso em 1482 e destinava-se a anunciar uma grande manifestação religiosa em Raims, Paris. Apenas em 1625, apareceu o primeiro anúncio publicitário de um livro, o Mercurius Britannicus; seguindo-se, em 1631, o aparecimento da primeira secção de anúncios, que tinham como finalidade única chamar a atenção do leitor.
Face às opiniões dos anunciantes, passados cem anos, em 1729, Benjamim Franklin, considerado o "pai" da publicidade, começou a encarar a publicidade do ponto de vista do consumidor. Quase em simultâneo, em 1745, aparece o primeiro jornal dedicado apenas à publicação de anúncios.
Todo este "boom" publicitário, levou à criação da primeira agência publicitária, pela mão de Volney Palmer, em 1841, que cobrava 25% do custo dos anúncios.
Com o crescimento da indústria. a técnica publicitária foi-se aperfeiçoando, passando a ser persuasiva nas suas mensagens e perdendo, quase por completo, o seu sentido informativo.Foi, de certo modo, a concorrência desenfreada que levou à chamada publicidade combativa, com a qual se tentava impor um produto, em vez de sugerí-lo.
Hoje em dia, a maior parte das mensagens publicitárias são sugestivas e tem base de orientação dados científicos de estudos de mercado, de motivações; o que não significa que a publicidade combativa e informativa tenha deixado de existir completamente.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Principais Artistas da Pintura Renascentista - 8º ano

Leonardo da Vinci

Leonardo da Vinci é considerado a expressão máxima do homem na Renascença, ou seja, aquele que reunia em si mesmo todas as conquistas da humanidade. Pesquisador incansável, deixou, através de desenhos, esboços e idéias de seus vários cadernos, conhecimentos e pesquisas sobre os mais diversos campos das ciências, das técnicas, da arquitetura e da pintura.
Realizou cerca de 4.000 desenhos com anotações e os mais diversos estudos cobre proporções de animais, plantas de edifícios e engenhos mecânicos. Constitui canais, drenou pântanos, instalou aquecimento central, estudou correntes de ar, inventou um método de impressão, um telescópio, bombas portáteis e outras coisas.
Seus desenhos do desenvolvimento do feto eram tão precisos, que ele estaria apto a ensinar embriologia nos dias de hoje.
Leonardo conseguiu aliar a forma genial a observação séria e objetiva da natureza com uma paixão pela representação criativa e artística da realidade não-visível. A sua pintura influenciou as obras de muitos artistas através dos séculos. Apesar de ter deixado poucas obras, (menos de vinte) é seu o quadro mais famoso do mundo, a Monalisa.
Leonardo nasceu em 1452, numa pequena aldeia do norte da Itália, chamada Vinci. Era filho ilegítimo do escrivão Ser Pietro e de Catarina. Em 1469 seus pais passam a morar em Florença, onde, em 1471, Leonardo começa a trabalhar como aprendiz, na oficina do pintor Verrocchio.
Em suas primeiras obras encontram-se várias representações da Virgem Maria, destacando-se, como exemplo magnífico, a Anunciação, quadro iniciado em 1471, no qual já se reconhecem claramente as suas incomparáveis qualidades de pintor.

Obras:
 Anunciação, cerca de 1472. Óleo sobre madeira, 98x217 cm. Galeria Uffizzi, Florença.

A cena desenrola-se em frente à casa da Virgem, inudada pela suave luz do crepúsculo. No centro superior do qudro avista-se um bosque e, atrás dele, uma paisagem com árvores e colinas. O arcanjo Gabriel, de vermelho, ajoelha-se para anunciar a mensagem do Senhor.
Maria, com o braço direito sobre um bordado, retribui o cumprimento do anjo. Com seu rosto suave e os cabelos soltos, a Virgem retrata o idel da beleza feminina de Leonardo. O desenho exato e uma suave gradação das cores, como forma de representar fisionomias delicadas, são características sos retartos da época, e que exprimem a tentiva de representar o interior, a alma, por meio de uma expressão física, exterior.
De uma maneira geral, acredita-se que este quadro seja fruto de um trabalho de ateliê, realizado para o convento de Santo Bartolomeu, de Monte Oliveto, entre 1475 e 1478. Verrocchio teria pintado a Virgem e a miniatura do fundo; Da Vinci, o anjo, os discípulos, o muro, as árvores e a mesa de mármore.

A Última Ceia (1495-1498). Têmpera sobre reboco ( Afresco). Santa Maria das Graças, Milão.

Foi somente após longos estudos, croquis minuciosos e repetidos, e anotações de gestos, fisionomias e expressões que Da Vinci iniciou a pintura da Ceia, um mural para o refeitório da Santa Maria das Graças, em Milão. Ao escolher o momento que Cristo anuncia a seus apóstolos a próxima traição de um deles, Da Vinci rompe a rígida tradição das ceias toscanas da época: um toque dramático faz vibrar todos os convivas; os gestos são nervosos, e as fisionomias, angustiadas; cada um reage a seu modo, e a composição rigorosamente simétrica, que agrupa os personagens em três a três, torna-se singularmente mais leve.
A mesa estende-se no canto inferior da composição, frontalmente ao observador, de forma que este fique em frente a Jesus e seus discípulos. Jesus está bem no centro da composição. Por cima da janela central, está um arco redondo, que pode seu interpretado como uma auréola de Cristo, inserida na arquitetura. Todas as linhas da perspectiva convergem para essa contrução sobre a cabeça de Jesus, sobretudo as linhas das tapeçarias nas paredes e as do teto.
Esse afresco se deteriorou rapidamente, em consequência do uso, pelo artista, de uma técnica pouco habitual e de infiltrações nas paredes. Forma e ainda estão sendo gastas grandes somas, na esperança de salvar essa obra prima.

Virgem das Rochas (1503-1506). Óleo sobre madeira, 189x120 cm. National Gallery, Londres.


San'Ana, a Virgem e o Menino, cerca de 1510. Museu do louvre, Paris.

Homem Vitruvius

Coração

Feto

Auto retrato

Monalisa

Pintura do Renascimento - para 8º ano

A Pintura Renascentista

O que vai caracterizar a cultura e as artes renascentistas é a fusão da reflexão científica com os impulsos dos sentimentos, os sentidos com a razão.
A pintura desse período revela equilíbrio entre as faculdades intelectuais e as emocionais. Aplica princípios matemáticos e processos geométricos na composição e a observação direta e objetiva da realidade.
Devido à conciliação da razão (ciência) e sentimento (arte), a característica mais ampla da pintura renascentista, particularmente entre os italianos, é a simetria da composição.
Quando contemplamos uma pintura renascentista, observamos sem dificuldades, que todos os elementos da composição - volumes e vazios, luzes e sombras, cores, enfim, os valores plásticos, que podem ser figuras humanas ou quaisquer outras representações como objetos, arquiteturas, árvores - tudo isso se equilibra simetricamente.
O que domina a composição é uma linha imaginária, central e vertical, que a divide, muitas vezes, exatamente em duas partes iguais, comunicando-nos sentimento de estabilidade, equilíbrio, ordem e serenidade.


Características
  • Perspectiva
  • Chiaroscuro ( claro-escuro)
  • Realismo
  • Óleo sobre tela
  • Composição em Pirâmide

Renascimento - para 8º Ano

O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, literaturae das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi sem dúvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição consciente ( o re-nscimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num senntido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.

Características Gerais
  • Racionalidade;
  • Dignidade do Ser Humano;
  • Rigor Científico;
  • Ideal Humanista;
  • Reutilização das artes greco-romanas